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Férias: Montessori em Casa

Montessori

Com a chegada das férias, muitas famílias se perguntam acerca de como manter o cotidiano montessoriano com as crianças fora da escola.  Como herdeiros de Maria Montessori, sempre recomendamos que a filosofia montessoriana esteja presente em todos os momentos da criança, e isso, claro, inclui a rotina do lar e até mesmo o tempo passado em viagens e passeios (dos quais falaremos mais adiante nesta série de textos sobre as férias). Mas, como sabemos, não basta recomendar uma prática: é preciso dar condições para que ela seja efetivamente implementada, e no caso da casa montessoriana, estas condições podem ser dadas de modo relativamente simples, e embora nem sempre seja algo fácil à primeira vista, introduzir certos conceitos e práticas do Método Montessori no lar não é, tampouco, complicado. 

Na realidade, simplicidade é a palavra chave para manter a criança em contato com o método, mesmo durante o período no qual ela está em casa. O que a família precisa ter em mente é que o objetivo do Método, tanto na escola quanto em casa, ou em qualquer ambiente, é proporcionar à criança a liberdade que ela teria no ambiente natural, no qual nós, seres humanos, evoluímos. Um ambiente adequado à vida, uma vez que, nas palavras da própria Maria Montessori,  a liberdade é o conjunto de “condições favoráveis à vida”. A premissa fundamental deste ambiente é ser um espaço no qual a criança pode exercer a autonomia e a independência, coisas simples de se obter no meio natural, mas que se complicam à medida em que se vive em uma sociedade projetada - e projetada para adultos, e não para os pequenos. 

Atividades simples,  que permitem a satisfação de necessidades básicas como beber, dormir e comer podem ser complicadas quando temos metade (ou ainda menos) do tamanho das pessoas para as quais os ambientes humanos são projetados. Assim, o primeiro passo para uma casa “montessoriana” é a acessibilidade. Devemos permitir que as crianças tenham acesso às dependência do lar de modo pleno, utilizando-as tão funcionalmente quanto os adultos. 

Assim, os móveis devem ser adaptados ao uso infantil tanto quanto possível. isso não significa que você terá obrigatoriamente de gastar com mobiliário especialmente projetado para elas, é possível improvisar muito bem . Muitas coisas são fáceis de improvisar, como mesas e banquinhos. Também é simples adaptar o quarto de dormir: basta ter em mente que o acesso deve ser tão amplo quanto possível. Portanto, nada de berços cercados por grades ou guarda roupas pensados para que os adultos sejam os responsáveis pela tarefa de escolher roupas e vestir a criança. Não é tão complexo: basta retirar as grades do berço e aproximá-lo o máximo possível do chão - também vale simplesmente colocar um colchão sobre um estrado. Se você não tem um guarda roupas projetado para crianças, é perfeitamente possível utilizar um só módulo de um guarda roupa comum, adequando-o ao uso dos pequenos.

Já na hora de usar o banheiro, um simples banquinho pode ser tudo o que se precisa para que a criança seja tão autônoma quanto qualquer adulto: ela o utilizará na hora de acessar a pia para escovar os dentes e lavar as mãos, assim como poderá se servir dele como um apoio para as pernas quando usar o vaso sanitário - eliminando o uso de adaptadores de vaso e dos famosos “penicos”. 

Uma vez que a criança pode viver seu cotidiano de forma tão independente quanto possível, resta aos adultos agir para que este entorno adaptado e acessível proporcione, além de condições de autonomia, bem estar aos pequenos. E para eles, estar bem significa ser ativo. Crianças dependem da atividade constante para seguirem descobrindo e entendendo o mundo. De início, quando pequenas, esta atividade é diretamente relacionada à descoberta do controle sobre o próprio corpo e a possibilidade de interação com o ambiente. Mais tarde, com a descoberta das relações de causa e efeito e da percepção de si mesmo como um agente transformador o foco da atividade irá se direcionar para o mundo e suas possibilidades. 

Toda essa atividade, na escola, é direcionada a partir dos variados materiais montessorianos, mas ela pode muito bem ser realizada no ambiente doméstico. Como? De forma muito mais simples do que se imagina, pois tudo, absolutamente tudo é atividade e descoberta na infância. Começamos por oferecer poucas e interessantes opções em termos de brinquedos. Menos de dez tipos diferentes são mais que suficientes. Não é preciso deixar caixas cheias de brinquedos à disposição. Melhor será guardar os livros e brinquedos em excesso, e organizar um sistema rotativo no qual oferecemos determinados itens durante um período pré estabelecido, de, digamos, alguns dias ou poucas semanas. Também é muito importante que os brinquedos sirvam ao propósito de brincar: de nada adianta oferecer diversões automatizadas, que deixam pouco ou nenhum espaço para a criatividade. Para a criança, o importante é a atividade com propósito.

Também é importante permitir e estimular a participação da criança em atividades domésticas que preparam para a vida prática, desde que saibamos quais são as mais adequadas para cada fase do desenvolvimento infantil. Para a criança, o treino é importantíssimo, e podemos ensiná-la a realizar determinadas tarefas simplesmente pensando nos passos necessários para que elas sejam feitas, e demonstrá-los de forma prática aos pequenos: demonstrar a capacidade de absorção de uma esponja, a utilidade de uma colher para passar pequenas quantidades de alimentos de um recipiente para outro, utilizar um conta gotas para verter líquidos e atividades afins ensinam os primeiros passos. Crianças maiores podem experimentar varrer, cortar legumes e frutas, alimentar animais domésticos, limpar superfícies como vidro e mármore…

O que importa é ter em mente que devemos tornar a casa o mais acessível possível para os pequenos, e engaja-los em todas as atividades que despertem seu interesse. Aplicar os princípios montessorianos em casa é uma tarefa que pode parecer complexa no início, mas que certamente é mais simples que parece, pois o grande motor do desenvolvimento infantil, descoberto com maestria por Montessori, é o agir que visa compreender e dominar o ambiente. 

Assim, se a intenção da família é seguir uma rotina montessoriana mesmo nas férias, o mais importante é ter em mente que o ambiente e o que há nele importam imensamente, assim como o estímulo e o incentivo dado pelos adultos (incentivo esse que muitas vezes pode ser simplesmente observar e permitir a exploração do meio). O mais importante é querer seguir os princípios do Método, buscando aprender cada vez mais, valorizando a independência infantil e tirando dúvidas com profissionais capacitados sempre que necessário.

 

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