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Desenvolvimento cognitivo: dos 6 aos 12 anos

Montessori

A imensa maioria dos educadores e neurocientistas é taxativa ao identificar uma  grande mudança no desenvolvimento cognitivo da criança no momento em que se encerra a primeira infância. Ao que parece, crianças bem estimuladas nos primeiros anos de vida realizam este salto qualitativo na cognição com ainda mais desenvoltura, levando algumas famílias a ficarem realmente impressionadas com a mudança de raciocínio observada em seus filhos. De forma geral, pensadores da educação como Montessori, Rousseau e Piaget notaram, através de pesquisas ou inferência lógica, que o pensamento da criança toma uma nova forma por volta dos seis anos, quando “operações” poderosas, como a reversibilidade, a adição ou a classificação múltipla são entendidas. Ao que parece, nesse estágio - o período das operações concretas -  nos tornamos mais parecidos com o que se espera de um ser humano adulto em termos de uso da lógica indutiva, embora ainda não seja capaz de utilizar a lógica dedutiva.

Pesquisas recentes sobre esse período confirmam muitas das concepções montessorianas sobre o período posterior à primeira infância, demonstrando que de fato, o aprendizado anterior preparou estas crianças para a próxima etapa da vida, e que elas demonstram maior desenvoltura para a realização de tarefas específicas, que passam a fazer parte do processo de sofisticação do pensamento infantil. Ou seja, se antes o trabalho era direcionado a um fim conhecido pelo educador, sendo uma necessidade em si para a criança, nessa nova fase, o trabalho .passa a ser feito com vistas a um fim que a própria criança pode prever, focando seus esforços no tipo de resultado que deseja. 

Assim, as evidências científicas apontam para aquilo que Maria Montessori já afirmava no início do século XX: que o desenvolvimento cognitivo se dá em sequências, sendo o momento de cada sequência afetado por experiência ou especialização específica. E mais: as ideias da educadora italiana encontram respaldo também na questão do desenvolvimento cerebral em si. Hoje a maioria dos pesquisadores concorda que é na primeira infância que o desenvolvimento cerebral e cognitivo encontra seu pico, com a formação das principais estruturas neurais. Mas é depois desse período que o cérebro está pronto para refinar-se a aperfeiçoar-se, dando origem ao pensamento adulto, caracterizado pela separação entre real e irreal e pela noção de causa e efeito.

Ou seja, capacidade do “hardware” (nesse caso o cérebro), continua praticamente a mesma de antes, embora ocorram aperfeiçoamentos na velocidade e eficiência. Notaremos, na criança de 6 a 12 anos certas características inexistentes ou pouco desenvolvidas nos menores, como uma noção acurada de tempo, a capacidade de utilizar a memória consciente para realizar tarefas cotidianas, e monitorar seus próprios processos cognitivos e, assim, planejar sua atividade mental.

A memória se aperfeiçoa muito, já que o tempo de processamento de informações diminui. A capacidade de atenção prolongada aumenta, e a criança torna-se capaz de, como os adultos, utilizar  estratégias de memória, como os recursos externos, o ensaio, a organização e a elaboração. 

Não por acaso, a alfabetização se inicia como processo consciente neste período dos 6 aos 12 anos e se aperfeiçoa sensivelmente  conforme a compreensão das crianças de sintaxe cada vez mais complexa se desenvolve junto ao entendimento dos processos de comunicação. Por essa razão, também é o momento de aprofundar o aprendizado de outros idiomas de forma sistemática, acrescentando outras variáveis ao ambiente bilíngue ou às aulas mais lúdicas da primeira infância. 

Também é preciso destacar que a criança desta faixa etária já pode usar o pensamento para resolver problemas concretos, e com um melhor controle cognitivo,  são menos egocêntricas do que antes e conseguem trabalhar melhor em grupo de forma consciente e auto organizada, ao mesmo tempo em que são mais proficientes nas tarefas que requerem pensamento lógico como conservação, classificação, trabalho com números e distinção entre fantasia e realidade.

Como podemos observar, os períodos posteriores à primeira infância são tão encantadores quanto os momentos vividos nos primeiros anos, com uma diferença fundamental: agora estamos lidando com pequenos seres muito mais parecidos conosco em termos cognitivos. E por isso, devemos dar a eles tanta atenção quanto antes, porém, de uma forma diferenciada.  Agora devemos focar em um Ensino Fundamental que prime pelo desenvolvimento holístico, isto é, por um desenvolvimento psicomotor que perpassa as simples competências escolares e possa realizar-se como personalidade questionadora e inquisitiva, que busca não apenas saber coisas, mas conhecer as razões pelas quais as coisas ocorrem. 

Nesse sentido, é importante que a criança permaneça seguindo, tanto quanto possível, a mesma metodologia de ensino que vivenciou até agora, pois é precisamente nessa hora que os esforços pedagógicos começam a mostrar os resultados que a maioria dos pais deseja ver: uma criança apta a conviver com o mundo adulto, do qual está cada vez mais próxima. 

A palavra chave é continuidade, em casa e na escola: os pais influenciam o aprendizado motivando a criança a realizar, envolvendo-se em sua escolarização e transmitindo atitudes e crenças sobre aprendizagem em todos os sentidos (inclusive no meio sócio cultural). A escola influencia no desenvolvimento intelectual  apresentando novos conteúdos e desafios, pensados e propostos para cada período específico do desenvolvimento infantil. Aqui, encontramos uma relação de simbiose. Escolas eficientes possuem muitas das qualidades encontradas em famílias equilibradas: regras claras, bom controle, boa comunicação e muito afeto. Famílias equilibradas possuem muitas das qualidades encontradas em escolas eficientes: estímulo à autonomia, incentivo ao pensamento crítico, boa comunicação e muito afeto.

Assim, longe de ser um período secundário na construção do ser humano, o intervalo que vai dos 6 aos 12 anos é crucial para o desenvolvimento, e manter um ensino de qualidade, focado não apenas na aquisição de competências curriculares, mas também no desenvolvimento da totalidade do indivíduo, é um grande diferencial. Neste momento, no qual muitas famílias se perguntam sobre mudanças de escola e privilegiam abordagens metodológicas “tradicionais”, o Método Montessori pode fazer maravilhas pela criança, tornando-a apta não apenas a ingressar no mercado de trabalho ou a seguir sua vida acadêmica, mas sim a existir enquanto ser humano flexível e adaptável, que possui imensas probabilidades de fazer bem qualquer coisa que se proponha a fazer. Investir na felicidade da criança a capacita para ser o melhor de si mesma, seja qual for sua escolha. 

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